segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Andréa

Se o teu riso e o teu olhar têm a cor,
Dos teus filhos, o teu berço de calor,
Eu disse não, mas quis dizer que sim:
Eu vejo os crimes, e tudo que passou,
O final errado e tudo aquilo que faltou;

Não tenho receio se você mentiu,
Pois aprendi que é simples aperto
Do ser que esconde a sua própria fé,
Um coração em prantos sob o sol
E os passos presos, caídos pelo chão;

E pra você o que eu não quis tentar,
O que eu não pude mesmo enxergar,
Está por perto, tão perto, dá pra ver,
Está por perto, tão perto, vai crescer;

Quando se ama mais do que ninguém,
É como se não houvesse mais alguém
Pra dividir e ter com quem contar;

E se não há que ter e ver que alguém
Entre o céu e a terra é anjo também,
É porque já está na hora de voltar;

Veja só, nós somos feitos imperfeitos:
Eu quis te ter dentro do meu espelho
Mas só conseguia ver o que eu mesmo
Não queria admitir que era impreciso;

E tão logo se calaram tua boca e a tua voz,
Foi de outros um outro tempo que surgiu,
E nos trouxe à vida o que era de se viver
Pra saber que ainda assim se chama amor;

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