sábado, 27 de março de 2010

15 Anos

Foi como te encontrei:
Peixe sem aquário e mar,
Estima que não tem reflexo;

Ah!...Minha doce bailarina:
Te trouxe tudo o que te sacia;

Era Marte e teu sossego:
O confeito nunca perecido,
Velocípede e bolha de sabão;

Tudo o que você imaginou:
Como fomos nos comportar?

Depois de toda pulsação:
Ficou a brisa turva da noite,
Meia parte do meu desapego;

Mas juro...Quero ver
- Nesta nova era glacial -
O teu corpo bem agasalhado;

Temos tudo o que somos
- Aqui -
Carregados sob nossos braços;

E da tua Caixa de Pandora
Diga - o que ainda falta escapar?

Nada tão malcuidado:
E nunca vi nada parecido
Dentro do meu pensamento;

E quieto me veio você:
Prece que não seja em vão,
Cobra o meu sorriso amarelo;

domingo, 21 de março de 2010

A Máquina Do Tempo

Há uma hora atrás:
Cortejei sã sabedoria
Pra a alguém acostumar
Após ter teu redemoinho;

Mais que importante:
Legado ao léu o amor
Que não vira preparado
Te condecora a pretensão;

Mas o que me deparei
Foi um mesmo Fevereiro:
Eu tenho um relógio caro
De ponteiros desacordados;

É um mesmo predicado:
Somos cedo e pouco tarde
Entre velozes e indomáveis;

Tudo está aí - e permitir
Mas se não dá mais?

Uma única questão - viver
Qual a tua disposição?

Sim, tentaremos aprender
Traçar arabescos mais bonitos
Do que as mais extensas avarias;

Sim, buscamos combinação
E mascar tamanha sinceridade
Na colheita de sabores agridoces;

quarta-feira, 17 de março de 2010

Abraços Partidos

E ainda me admiro,
Prelúdio e presságios:
Nossas roupas molhadas
Sem o vento e nem varais;

Um pedido invertido,
O coração em chamas:
E corremos pelas escadas
Porque quebrou o elevador;

E que te incomode:
Há um corte superficial
Bem acima das evidências
De todo esse pesado desafio;

Fez calor depois da chuva:
Mas não estraguei meu paladar
Só pra povoar a minha saudade;

É nossa síndrome de solidão
- Sempre existirá -
Uma nova versão do mesmo fato;

É o resquício adquirido:
Não vou gastar suor, saliva,
A quem só tem tua aparência;

É o querer-se por depois:
É o que não se pode avaliar
Só por uns míseros trocados;

quarta-feira, 10 de março de 2010

Saga

Pois saímos por aí,
O que ficará pra trás:
Os móveis sob poeira
Se nem tudo deu certo?

Será que é fracasso,
Socorro que não vem:
E pouco há por dentro
De cada pequena união?

Mas é claro que não,
Percebi que voltei aqui:
Se velei teus sutis sonhos
É preciso - te convençam?

Revirei minhas gavetas:
Achei selos, fotos, planos,
Prosas - fiz provas de você;

Mal se nasce, se cresce
- Até que se esquece -
Eu sei, já nos vimos antes;

Tantas vidas passadas
Que passaram - passarão
Hoje é só um passo a frente;

Era o que podíamos,
O que mais nos querem:
Nossos dedos na tomada
Pra preencher esta lacuna?

E por que fugiríamos,
Será que nos amargaria:
A casa quente que esfria
E a dor por trás das portas?

sábado, 6 de março de 2010

Feliz Quando Chove...

E então você faltou
Ao que pretendia ser:
E o que ainda te inspira
Te cobram os teus pares?

Tenho contas a pagar,
Também duro trabalho:
Mas sei por que sobrevivi;

Faço um romance noir
Do que versam estes dias;

Não - não me apresse
Uso cartola, uso bengala:
Pareço estar fora de moda?


Que digam “tão estranhos”:
Só não pensam como vocês;

Mais que tudo somos nada:
Intento - incenso que se esvai

Eu não te preocuparei:
Aparto pânico e ocasião
De toda essa engrenagem;

É como ser gato de rua
Que procura por um lar:
De vez em quando é certo;

Tenho meu um universo
Como os sinos as catedrais;