quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dos Acasos

E quando vi escorriam
As manhãs de Domingo:
Sobre mim a velha chuva
E te esperei ao meu portão;

Em não ouvir teu passo
Retardei a menor tristeza:
E foi tão difícil pra manter
Meu equilíbrio em tentação;

Se aprendi a ter certeza
É a maldade que retira-se:
Assim se faz pra convencer
Tornar pacífico tolo coração;

Não - não precise as horas
Que teu sorriso subitamente
Me venha pela porta da frente;

E já no primeiro ato seja exato
Pra limpar o limo do meu olhar;

Nem bem gracejo nem espanto:
E de nossas coisas - com que lutar?

Bom dia, boa tarde - até mais
Suponho que vamos conseguir,
Chegue o mais perto que puder;

Teu silêncio em mim - estrondo
Discorro sobre essa quase agonia,
Um novo enredo que traga alegria;

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Coisas Que Parecem Simples

Parece fácil se perder
O que já era conhecido:
É ter sossego e prontidão
E quase a fé do ser criança;

E não há pontualidade
Ao que fizemos de bem:
E por assim dizer eu rezo
Pro tempo ficar a meu lado;

Quem sabe te ver aqui
Ou nas ruas de Bangkok:
E num momento qualquer
Quem sabe parar de morrer;

Bailam segredos no futuro,
Existe algo que me faz levitar:
É minha biblioteca de memórias;

Sempre falo de você - o que será
Hoje sobre o que são os teus dias?

E do que sinto me alcança o sereno
Tão longe - que já não mais enxergas?

Não adianta um “esquece”
Já nem mesmo fujo de mim:
Repare bem que toda insensatez
É por muito pouco ou quase nada;

Segue adiante sem “prometo”
Há mil maneiras e há sonhares:
Talvez nem sejamos nau à deriva
Ou nosso trem parta na hora exata;