domingo, 28 de junho de 2009

A Estrada Para O Fim Do Caminho

O que é que há?
Não espere que eu lute

- E a quem nos força -
Quem é que pode duvidar
Cada qual com seu espinho?

Não suspeite se eu calar
- Até pra quem me ouça -
É que pra ir mais em frente
Deixei muitas coisas para trás;

E de sobriedade me cobri:
Mas no jardim daquela casa
As flores murchas eu arranquei;

E depois, eu até já esqueci
- Há novos sonhos sob a grama -
Não importa se ninguém está aqui;

E eu te digo:
De novo eu gosto do que vejo;
E eu te digo:
De novo eu gosto do que sinto;

E até qualquer dia?
Não é fosco o teu pensar
- À parte o que de bom -
No cheiro do tempo findo
Da mocidade que fomos nós;

A vida é um hotel lotado
- Há até quem se esforce –
Enquanto outros só espreitam

Tem quem parta porque é hora;

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sibéria

Era só mesmo bem-estar,
E não era pra te convencer:
Tantas coisas já não me têm
Que sozinho estaria em paz;

E já eu sei do que se trata
Se eu sentir a tua presença:
Mesmo que em vão tocá-la
Cai o vazio que ela me traz;

Eu tive que querer o além,
Seguir o que seria desfeito:
E acho que consegui voltar
Ao que eu era antes de você;

E hoje quem te quer é imune
Ao medo de quem te estranha
E não vê por que é que você vem;

Dorme, dorme, dorme pra sonhar:
Tudo é sempre igual em todo lugar
Só pra quem não sabe o não mentir;

Em todo lugar tudo é sempre igual
A quem só vive dentro de si mesmo;

E já não nos pode atingir
O frio que lá fora congela:
E então que bela a paisagem
Ao que outros deem as costas;

Aqui o tempo é sem valor
E do fim um outro começo:
Corações renascem todo dia
Pelos quatro cantos da Terra;