quarta-feira, 17 de março de 2010

Abraços Partidos

E ainda me admiro,
Prelúdio e presságios:
Nossas roupas molhadas
Sem o vento e nem varais;

Um pedido invertido,
O coração em chamas:
E corremos pelas escadas
Porque quebrou o elevador;

E que te incomode:
Há um corte superficial
Bem acima das evidências
De todo esse pesado desafio;

Fez calor depois da chuva:
Mas não estraguei meu paladar
Só pra povoar a minha saudade;

É nossa síndrome de solidão
- Sempre existirá -
Uma nova versão do mesmo fato;

É o resquício adquirido:
Não vou gastar suor, saliva,
A quem só tem tua aparência;

É o querer-se por depois:
É o que não se pode avaliar
Só por uns míseros trocados;

2 comentários:

Ava disse...

As minúcias de tuas palavras, com mensagens que vão além da imagição.

É sempre bom vir aqui, e me deparar com o esmero e sensibilidade com que escreves...

Beijos

Anônimo disse...

Lindo! Essa parte em que você fala da solidão - uma nova versão do mesmo fato - é impressionante. Adoro poemas bem escritos e profundos. Beijos e bom final de semana, João!