sábado, 22 de janeiro de 2011

A Casa Abandonada

Não há mais ninguém
Tão igual ao teu protesto:
E pessoas de contos de fada
Vão fazer de conta que o são;

Quantos anjos já caíram
A traficar sãos sentimentos:
Este meu coração sob chamas
É meu exílio e meu purgatório;

E no peito outra frequência
Mas e o que temos dessa vez?
Vai ver é a dor que se escondeu
Ao ver tinta nova nestas paredes;

Vai ver...

A calmaria atingiu o temporal

A dublar minhas roucas palavras
Ou o beijo que dera à morte vida;

E no teu apartamento - comunhão
Não prestei atenção - mal li o roteiro

Acontecimentos, alegrias - insolação
Cada dia e sua razão - hoje sei por quê

A semana toda ficou para trás
Como uma prece não decorada
E destoa à toa a minha obsessão;

Pensei em você o tempo inteiro
Como uma linha reta não traçada
Que navega cega em minha solidão;

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