
É, meu sóbrio amigo
Até sei o que me falas:
É só às vezes não diviso
Quer terraço ou futuro;
Ela atravessou a rua
A cuidar os dois lados:
Mas eu ainda estou aqui
E já nem é mais feriado;
Aquela banda já passou:
Remendei novos retalhos
No uniforme do destino;
E tapei apenas com barro
As goteiras da velha casa;
Mas e nos poda a razão
- Tanta gente a vagar -
Quem nos mede a solidão?
Sei de corações partidos:
Não são nenhuma raridade;
O resto então é rascunho
E as pessoas por toda parte
Se vestem em tons de cinza;
Cada qual com seu silêncio
E o olhar de quem esperaria
A vida toda por se reinventar;
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