sábado, 9 de maio de 2009

Valsa De Istambul

É sempre quase o mesmo
Estes arroubos de gente jovem:
Risos, abraços, em qualquer parte,
E leves almas dançam enfeitiçadas;

Andamos de braços dados
Pra um espaço desconhecido:
Estrangeiros, e que ninguém nota,
Em um mundo de presas e pressa;

E tudo vai ficando cinza
E na rua o choque nas pessoas,
Quando alguém precisa nos tocar
Apenas pra que nos sintamos vivos;

Às vezes é tão assustador,
Mas é solidão de quem se obriga
A varrer do corpo o pó dos séculos;

Leve-me de volta e leve-me agora
- Leve-me embora -
Pra nossa velha Terra-Do-Nunca;

Foi de lá que escapou este homem
- Veio de lá -
O pobre homem e a criança em si;

Não fomos feitos pra durar
Além do que poderíamos supor,
E nos ferimos à estranha necessidade
De se perder nas fronteiras do coração;

Então era mesmo pra valer
Quando sujamos as nossas mãos,
E se de nós não ecoar o que se falou
Estes retratos mudos têm mil palavras;

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