
E você tem que andar
Tão depressa quanto quer parar:
À meia-noite meia-volta,
Esperando por quem te alcançará;
E quem viu fala de paz
Além das pedras, flores, espinhos:
Que na barca de Caronte
Navegará quem já nasce derrotado;
São os ventos de Maio
Que vão cortando nossa estrada:
Há curas é há milagres,
E há refúgio na Cidade das Luzes;
Mas por amar demais
A gente se move perigosamente:
Apenas pelo instinto de sobreviver;
Não me confie só à sorte,
Queríamos muito, não sabíamos nada:
Mil ensaios por uma breve vida inteira;
E eu sempre lembrarei
Do teu grito forte que não calará:
Perdão, é minha chance,
Ainda que seja faca de dois gumes;
E será feito nós a canção,
Toda aquela que entregue versos:
Eu hoje me sinto assim,
Um outro fim de tarde entediado;
Nenhum comentário:
Postar um comentário