terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Guerra Dos Mundos

Sentado em frente a TV,
Nas mãos um livro lido ao meio,
Coisas boas ficam fora de ordem,
Parece que ninguém pode escapar;

E do nascer até morrer
Esta vida nos seduz e nos induz:
É um adeus casa, adeus amigos,
Depois, outra vida nos compara;

E onde estaríamos nós
Mais perto um do outro se não
Lá onde deveríamos ter ficado?

Eu quis esticar os braços
Só pra tornar amores possíveis
Um atalho dentro do teu coração;

Mas já não tem mais importância,
A meu modo...Está tudo certo:

Não se trata de apagar o passado
- Eu espero realizar suas vontades -
Pois ainda sou o mesmo sem você;

E que todo dia traga então
Na garoa fina, doce melancolia:
Luzes ao que é uma nau errante
E a escuridão finita na claridade;

E nos finos grãos de areia
Que o relógio ainda não moveu,
O quê a quem bem você quiser,
Se o queres, que só vejas alegria;

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Monnalise

Destes dias e seus acasos
De nós tão pouco restará:
Como é que vamos explicar
Quem éramos aos que virão?

Mas entre tantos pesares
Alguma alegria nos iguala:
Disfarça a falta que nos faz
O que já nos pôde acontecer;

E de quem olha pra você,
Do que você queria ouvir
Talvez agora possa lhe falar,
Ou seja mesmo o teu reflexo;

Será que vamos conseguir
Sem passar a vida a limpo,
Sem tentar só uma vez mais?

Qual é o gosto da esperança
Nessa beleza cada vez mais rara?

Qual é o segredo escondido?
E esse sorriso em minha direção?

Então espera, não resista:
Aceito teu desejo manifesto
Traz com ele as tuas verdades,
E tão nova a cor da tolerância;

E o futuro que nos venha
Ao coração então empenhe
Um velho costume de ser feliz
Justo com o pouco que se têm;