Dos Acasos
E quando vi escorriam
As manhãs de Domingo:
Sobre mim a velha chuva
E te esperei ao meu portão;
Em não ouvir teu passo
Retardei a menor tristeza:
E foi tão difícil pra manter
Meu equilíbrio em tentação;
Se aprendi a ter certeza
É a maldade que retira-se:
Assim se faz pra convencer
Tornar pacífico tolo coração;
Não - não precise as horas
Que teu sorriso subitamente
Me venha pela porta da frente;
E já no primeiro ato seja exato
Pra limpar o limo do meu olhar;
Nem bem gracejo nem espanto:
E de nossas coisas - com que lutar?
Bom dia, boa tarde - até mais
Suponho que vamos conseguir,
Chegue o mais perto que puder;
Teu silêncio em mim - estrondo
Discorro sobre essa quase agonia,
Um novo enredo que traga alegria;
Coisas Que Parecem Simples
Parece fácil se perder
O que já era conhecido:
É ter sossego e prontidão
E quase a fé do ser criança;
E não há pontualidade
Ao que fizemos de bem:
E por assim dizer eu rezo
Pro tempo ficar a meu lado;
Quem sabe te ver aqui
Ou nas ruas de Bangkok:
E num momento qualquer
Quem sabe parar de morrer;
Bailam segredos no futuro,
Existe algo que me faz levitar:
É minha biblioteca de memórias;
Sempre falo de você - o que será
Hoje sobre o que são os teus dias?
E do que sinto me alcança o sereno
Tão longe - que já não mais enxergas?
Não adianta um “esquece”
Já nem mesmo fujo de mim:
Repare bem que toda insensatez
É por muito pouco ou quase nada;
Segue adiante sem “prometo”
Há mil maneiras e há sonhares:
Talvez nem sejamos nau à deriva
Ou nosso trem parta na hora exata;