sábado, 20 de fevereiro de 2010

Saltimbancos

Mas aqui paramos
Pois alguém semeia
A este baldio terreno
A falsa dor e firme graça;

Já nem sei as horas
E corre a gargalhada:
O meio gesto e o aceno
Ao que se possa parecer;

E qual divina comédia
É justo que reconheças
O drama de nós mesmos;

Nem cortina ou ribalta:
Mais uma vez em cartaz
A ópera bufa das vaidades;

Espectador e expectativa:
Quando a nós será aplauso?

Que um dia possamos ter

Dois corações disciplinados;

Por vezes parece o irreal
- A cada um a sua miséria -
E o piscar de olhos bastaria:

Em todo canto as alegrias
Daqueles que abusam crer
Que até a tola vida é arte sua;

Um comentário:

Ava disse...

João, literalmnete, a nossa divina comédia...
..."Mais uma vez em cartaz
A ópera buja das vaidades..."

O que de real existe por detrás de nossas máscaras?
Juro que não sei respnder...

Moço, um poema recheado de uma doída melancolia...

Um beijo, verdadeiro...rs