sábado, 24 de abril de 2010

Violeta De Outono

E nunca saberemos:
Só porque estava ali
Vi você tão apressada,
Com o ar gelado e puro;

Muito tarde foi saber:
Um erro não se atrasa,
Nos temos em pedaços;

Era nossa habilidade:
E toda essa facilidade
Custou escasso tempo,
Agora vamos com calma;

Acho que pensei dizer:
E só um velho pesadelo,
Eu te dou meu travesseiro;

Basta você me emprestar
Qualquer teu melhor sorriso;

E o que fazer do que tirou
Do meu pensamento furtado?

E como poderia te mostrar
Se te sente uma triste Afrodite?

Pode ser fiquemos só
E do peito brote a busca:
É o que deveríamos lembrar;

Andamos bem à frente
Pra então nascer de novo:
Mas nem sempre é Domingo;

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Das Coisas Deste Mundo

É o que nos tornaria
De um bem vencidos:
O ter algo do que se rir,
O que se faça ter sentido;

Nem sei como estou,
Se partida ou chegada:
A milhas de lugar algum,
Bem perto do teu vilarejo;

O que é ter a certeza,
Como sair do atropelo:
É nunca mais voltar atrás,
É já não ter hora pra voltar?

Queria tanto te explicar,
Às vezes não é por querer:
Qual o juízo que se deve ter?

Quantos amores são heróis?
Estou farto dessa voracidade;

Os séculos rondam o homem,
Eu sou o resto de mim mesmo;

E por ti um certo apreço:
Por toda essa quase cidade
No dorso da tua curiosidade;

E o que - vivo - te atingiria:
Um oportuno outro coração
Com um perfume de alecrim?

sábado, 3 de abril de 2010

Perdidos No Espaço

O princípio e o nada,
Outra vez a mesma via:
A menor fração e o todo,
Até os deuses são vencidos;

É Supernova apagada,
É o prisma da sociedade:
Quem se acha teu melhor
Não reconhece teu esmero;

E é essa a nossa aridez,
Perguntei - quem é você?
Se uma quase Joana D’Arc
Ou a Alice atrás do espelho;

Por ora só estou cansado:
Eu tenho a barba por fazer,
Perdoe-me não ser racional;

É na lealdade a realidade:
É “o concordo” que destoa;

É o recurso que não vem:
Quando é o próximo verão?

Porque a gente é assim:
Até os Senhores da Guerra
Estão sob a mira dos mísseis;

E se salvei meu mundo:
Fiz de você a minha capital,
Também a minha Via Láctea;

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Jardins Suspensos

É coisa tão comum,
É mão que nos embala:
A decisão incondicional,
O quanto se fica chateado;

Foi ânsia de acertar,
Que poderíamos farejar:
A paz que caia imaculada,
Que seja grande o bastante;

Não conte com isso,
Talvez eu até peça ajuda:
Só prestarei mais atenção,
Cartas pra próxima rodada;

Do despojo vem a ferida
- Que já não doam mais -
O grito que a nós esclareça;

Eu sou meu terno preto:
Lenço amassado na lapela;

E se algo há o que trocar,
Apenas um cravo vermelho;

É o que se mostrou
Talvez um teu equívoco:
Eu não sendo ventríloquo
Não poderia falar por você;

E foi o meu despejo
Que nunca teve protesto:
Você reescreveria as linhas
Na partitura de nossas vidas?