Carta À Senhora Da Casa Grande
Eis nossa a soberba
E o que nos dobrará
Faz vivo o rei deposto;
Foi quase a ventura
E da trajetória oposta
E mesmo o sinal fechado:
Eu fiz minha estante
Só às boas lembranças;
Eu fiz rico artesanato
Do que ousastes retirar
Dos porões dessa vontade;
É o diálogo e é a escola,
É o remédio e é a perdição;
É Narciso a descobrir
Que perfeitos nunca serão
Nem mesmo nossos defeitos;
E a letargia virou êxtase,
Tudo tão limpo e arrumado;
De envergonhado então sorri;
Com meu grafite quase findo
A sequência ordenada escrevi:
É tão fácil separar joio e trigo
Aos olhos que não têm vendas;
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Um Sino É Uma Taça...Até Ser Tocado
É, meu sóbrio amigo
Até sei o que me falas:
É só às vezes não diviso
Quer terraço ou futuro;
Ela atravessou a rua
A cuidar os dois lados:
Mas eu ainda estou aqui
E já nem é mais feriado;
Aquela banda já passou:
Remendei novos retalhos
No uniforme do destino;
E tapei apenas com barro
As goteiras da velha casa;
Mas e nos poda a razão
- Tanta gente a vagar -
Quem nos mede a solidão?
Sei de corações partidos:
Não são nenhuma raridade;
O resto então é rascunho
E as pessoas por toda parte
Se vestem em tons de cinza;
Cada qual com seu silêncio
E o olhar de quem esperaria
A vida toda por se reinventar;
É, meu sóbrio amigo
Até sei o que me falas:
É só às vezes não diviso
Quer terraço ou futuro;
Ela atravessou a rua
A cuidar os dois lados:
Mas eu ainda estou aqui
E já nem é mais feriado;
Aquela banda já passou:
Remendei novos retalhos
No uniforme do destino;
E tapei apenas com barro
As goteiras da velha casa;
Mas e nos poda a razão
- Tanta gente a vagar -
Quem nos mede a solidão?
Sei de corações partidos:
Não são nenhuma raridade;
O resto então é rascunho
E as pessoas por toda parte
Se vestem em tons de cinza;
Cada qual com seu silêncio
E o olhar de quem esperaria
A vida toda por se reinventar;
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Angie
E do que sentiu
De criança - mulher
Fora este o teu dever:
O teu batismo de fogo;
E eu que consumi
A tantos ecos falsos
Justo você avistei ali:
Rebelou meu cotidiano;
E como quem diz
“Em nome do Pai”
Fiz minha a tua sorte
Feito brando beijo dado;
Fiz minha a tua pele
Feito arcanjo então caído;
E assim - se por desejo
Respondi sem ter talento
Não - não era por mim
Desculpe - se te assustei
Só não queria mais terminar
Minhas frases em reticências;
O que está acontecendo:
Mais um capítulo encerrado,
Qual é o próximo comercial?
E do que sentiu
De criança - mulher
Fora este o teu dever:
O teu batismo de fogo;
E eu que consumi
A tantos ecos falsos
Justo você avistei ali:
Rebelou meu cotidiano;
E como quem diz
“Em nome do Pai”
Fiz minha a tua sorte
Feito brando beijo dado;
Fiz minha a tua pele
Feito arcanjo então caído;
E assim - se por desejo
Respondi sem ter talento
Não - não era por mim
Desculpe - se te assustei
Só não queria mais terminar
Minhas frases em reticências;
O que está acontecendo:
Mais um capítulo encerrado,
Qual é o próximo comercial?
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sábado, 16 de janeiro de 2010
Il Passetto
No final de todo céu
Tem de novo contusão:
Ato contínuo se perder
Porque éramos tão altivos;
Mas foi só ferida rala,
Que revela a proteção:
É fina flor quase nervosa
Todo sujeito e seu adjetivo;
É a terra dos errantes,
É o provérbio assentido:
A este rio que aqui corre
Não verás jamais o mesmo;
E talvez possamos voltar
À matilha que nos abrigou:
Vai agora - sei que é preciso
E a quem nos chama
- Havia melhor caminho -
Qual é o melhor esconderijo?
Percebo agora o sentido:
- Acordei cedo teus perigos -
Seremos donos de nós mesmos?
No final de todo céu
Tem de novo contusão:
Ato contínuo se perder
Porque éramos tão altivos;
Mas foi só ferida rala,
Que revela a proteção:
É fina flor quase nervosa
Todo sujeito e seu adjetivo;
É a terra dos errantes,
É o provérbio assentido:
A este rio que aqui corre
Não verás jamais o mesmo;
E talvez possamos voltar
À matilha que nos abrigou:
Vai agora - sei que é preciso
E a quem nos chama
- Havia melhor caminho -
Qual é o melhor esconderijo?
Percebo agora o sentido:
- Acordei cedo teus perigos -
Seremos donos de nós mesmos?
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
O Tempo E O Vento
Há uma razão,
Mas ao que se dá
Nunca é por querer;
Cedemos nossa vez,
Talvez um outro dia;
E por que não?
É mesmo decente
Nossa face já madura;
Vide aqui vida devida
Seguindo nossos rastros;
E à mesma ideia
Eu estava distraído:
Bondade sua entender;
E depois de tudo isso
Sei - ainda nos pertence;
Se passa - tudo ao redor
Também passa todo mal;
E dê-me qualquer coisa
Mas não venha sem notar:
Que foi tão nato este amar;
Que foi dele todo aquele
Quase um segundo eterno:
Nossa vida à toa pela frente;
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