Rosa Dos Ventos
Nunca estamos preparados:
Quem chega diz “muito prazer”
E o que nos rende só nos rouba
De quem um dia nos trouxe aqui;
Minha alegria é descuidada:
De quem resolve o “vou partir”
Se espera uma história a contar
E que não acabe ainda que mude;
E muitos sentem a densa falta:
Ela sorri tão alta sobre os saltos,
Mas não anda mais a pé nas ruas;
Como vai indo tua nova profissão,
Quem são os convidados pro jantar?
O que vem depois do último andar,
E o que aconteceria se você pulasse?
No céu de Ícaro tem brancas nuvens,
Mas lá embaixo as ondas ainda lutam,
Entregam-se à vida contra os rochedos;
Ter sobrevivido às promessas
É já não temer a própria morte:
É como caminhar sobre as águas
Onde ninguém se arriscaria afogar;
É que nem todos enxergarão
Se daquele amar ficou o amor:
Isso é que nos faz a peça ausente
De um quebra-cabeça remontado;
quarta-feira, 27 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
La Folie
(Valérye)
Quando foi que aconteceu?
Somos os amantes de outrora
Hoje adultos criados do tempo:
E parece que tudo fica mais calmo
Tendo o ego preso entre os dentes;
Tentar juntar as pontas soltas
Depois que aqui acabou a festa,
Coisas que a nós julgam impossíveis:
Uma vela a queimar com o vendaval;
Seria só mais um “deixa pra lá”
Mas eu sei bem como você se sente,
E no rádio a canção meio esquecida;
Seria um último “é pra sempre”
Mas você não entende quem eu sou:
Um Dom Quixote que se vê cansado;
Me diga por favor - estávamos juntos
Como pôde ser bastante o ser preciso
Apenas naquele instante?
É pra chamar nossa atenção
Se a terra treme aos nossos pés,
Algo tinha que ser dito e ser feito:
Pense no que de cada um a ti ficou
Como a moda que não tem estação;
Mas se ainda assim há um vazio
Que a nosso lado cavalga devagar,
Não nos trave uma nova expressão
Apontando na cara de nossos filhos;
(Valérye)
Quando foi que aconteceu?
Somos os amantes de outrora
Hoje adultos criados do tempo:
E parece que tudo fica mais calmo
Tendo o ego preso entre os dentes;
Tentar juntar as pontas soltas
Depois que aqui acabou a festa,
Coisas que a nós julgam impossíveis:
Uma vela a queimar com o vendaval;
Seria só mais um “deixa pra lá”
Mas eu sei bem como você se sente,
E no rádio a canção meio esquecida;
Seria um último “é pra sempre”
Mas você não entende quem eu sou:
Um Dom Quixote que se vê cansado;
Me diga por favor - estávamos juntos
Como pôde ser bastante o ser preciso
Apenas naquele instante?
É pra chamar nossa atenção
Se a terra treme aos nossos pés,
Algo tinha que ser dito e ser feito:
Pense no que de cada um a ti ficou
Como a moda que não tem estação;
Mas se ainda assim há um vazio
Que a nosso lado cavalga devagar,
Não nos trave uma nova expressão
Apontando na cara de nossos filhos;
sábado, 9 de maio de 2009
Valsa De Istambul
É sempre quase o mesmo
Estes arroubos de gente jovem:
Risos, abraços, em qualquer parte,
E leves almas dançam enfeitiçadas;
Andamos de braços dados
Pra um espaço desconhecido:
Estrangeiros, e que ninguém nota,
Em um mundo de presas e pressa;
E tudo vai ficando cinza
E na rua o choque nas pessoas,
Quando alguém precisa nos tocar
Apenas pra que nos sintamos vivos;
Às vezes é tão assustador,
Mas é solidão de quem se obriga
A varrer do corpo o pó dos séculos;
Leve-me de volta e leve-me agora
- Leve-me embora -
Pra nossa velha Terra-Do-Nunca;
Foi de lá que escapou este homem
- Veio de lá -
O pobre homem e a criança em si;
Não fomos feitos pra durar
Além do que poderíamos supor,
E nos ferimos à estranha necessidade
De se perder nas fronteiras do coração;
Então era mesmo pra valer
Quando sujamos as nossas mãos,
E se de nós não ecoar o que se falou
Estes retratos mudos têm mil palavras;
É sempre quase o mesmo
Estes arroubos de gente jovem:
Risos, abraços, em qualquer parte,
E leves almas dançam enfeitiçadas;
Andamos de braços dados
Pra um espaço desconhecido:
Estrangeiros, e que ninguém nota,
Em um mundo de presas e pressa;
E tudo vai ficando cinza
E na rua o choque nas pessoas,
Quando alguém precisa nos tocar
Apenas pra que nos sintamos vivos;
Às vezes é tão assustador,
Mas é solidão de quem se obriga
A varrer do corpo o pó dos séculos;
Leve-me de volta e leve-me agora
- Leve-me embora -
Pra nossa velha Terra-Do-Nunca;
Foi de lá que escapou este homem
- Veio de lá -
O pobre homem e a criança em si;
Não fomos feitos pra durar
Além do que poderíamos supor,
E nos ferimos à estranha necessidade
De se perder nas fronteiras do coração;
Então era mesmo pra valer
Quando sujamos as nossas mãos,
E se de nós não ecoar o que se falou
Estes retratos mudos têm mil palavras;
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